Amazônia, crise climática e desinformação são destaques nas primeiras mesas do Colóquio Nacional sobre o Clima

Por Naiane Feitosa e Kryssyno Oliveira

Revisado por Marta Alencar

Nesta quarta-feira (24), a COAR iniciou o I Colóquio Nacional sobre o Clima: diálogos para pesquisas acadêmicas e cobertura jornalística. O evento remoto será promovido até sexta-feira (26), com o apoio do Capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (Ulepicc–Brasil) e do Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento (LIC) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

“O I Colóquio Nacional sobre o Clima é fruto do empenho da COAR em discutir sobre a desinformação climática e outras temáticas que repercutem na atual. Estamos felizes com os mais de 250 inscritos e com a presença de grandes especialistas nesses três dias”, disse a fundadora do projeto, a jornalista Marta Alencar

No primeiro dia, foram apresentadas duas mesas, compostas por cinco palestrantes. A primeira mesa “Por uma Amazônia livre e sustentável”, com Victor Salviati, biólogo com especializações em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, e Stefano Wrobleski, jornalista de dados e diretor no InfoAmazonia. 

“A importância da Amazônia não é somente para quem está aqui, morando na Amazônia, ou nascido na Amazônia. A Amazônia tem um papel fundamental pro Brasil e pro mundo”, declarou Salviati, durante a sua apresentação. 

Stefano Wrobleski destacou que a preocupação com o desmatamento está em voga, principalmente devido aos últimos históricos de destruição da floresta. “A gente chegou a esse alarmante dado de maior área desmatada por ano. O desmatamento está só aumentando e isso traz preocupações enormes. Mas não quer dizer que a gente não tenha saída pra isso”.

A mesa foi mediada pelo jornalista e coordenador do COAR Educa, Leonardo Lima. Assista a mesa completa pelo canal da COAR no YouTube.

O segundo tema do dia foi “Desinformação climática: do negacionismo a teorias conspiratórias”, com Claudio Angelo, jornalista e coordenador de comunicação do observatório do clima, Thais Lazzeri, jornalista premiada e diretora do FALA, Bryan Crystian, doutorando no Programa de Pós-graduação em ciências da comunicação (PPGCC) e pesquisador da AMAZOOM e Vilso Junior Chierentin, coordenador do AMAZOOM e integrante do concelho científico da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR). 

À respeito das narrativas da Fala sobre a Amazônia, Thais Lazzeri apontou: “O tema socioambiental está dentro das questões mais discutidas e óbvio ele atende a uma nova narrativa. Uma narrativa, por exemplo, onde a Amazônia é preservada, tanto que a gente chama no nosso projeto, de Amazônia inventada”.

Sobre o negacionismo das queimadas na Região Amazônica e desinformação climática, Claudio Ângelo apontou que há um contexto histórico sobre o tema, mas que ganhou destaque com o governo atual. “Já tínhamos negacionismo do clima no Brasil, não é que não tivéssemos, ele sempre foi uma coisa bastante marginal”, explica Claudio Ângelo, complementando ainda que o tema passa ser mais debatido no governo atual. “Sentimos a necessidade de rebater, não só com o Governo Federal, mas para instruir as pessoas sobre bobagens comuns a respeito do meio ambiente, que virou um assunto da ordem do dia.” 

Durante a segunda mesa, Bryan Crystian destacou o papel do jornalista na cobertura do meio ambiente: “Quando a gente publica uma história, essa história já passou por uma série de seleção, por uma série de peneiras. A gente está defendendo o direito humano, a dignidade humana, não são apenas histórias, são vidas”.

A mesa foi mediada pelo jornalista e coordenador do Podcast E-COAR, Kryssyno Oliveira. Assista a mesa completa pelo canal da COAR no YouTube

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